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Ruínas da Igreja de São Mamede do Sádão
Toponímia:
- São Mamede do Sádão
Cronologia:
- Em 1552 foi considerada velha, aquando da visitação realizada por D. António Preto, Prior-mor do Convento de Palmela e da Ordem de Santiago.
Medidas de proteção:
- Classificadas como Monumento de Interesse Municipal - Edital n.º 1058/2015, DR, 2.ª série, n.º 231, de 25 de novembro de 2015.
Estado de conservação:
- Ruínas.
Descrição sumária:
Em 1552 foi considerada uma ermida modesta cujo serviço religioso era assegurado pelo vigário pedâneo do Torrão, que se deslocava a São Mamede de quinze em quinze dias. A ermida tinha nove fregueses e quarenta pessoas de confissão e comunhão e, em termos arquitetónicos, apresentava as seguintes características:
- Altar de taipa, guarnecido de cal, ao centro do qual se encontrava a “muito velha” imagem de madeira do orago;
- Era toda redonda na traseira, com um repartimento de grades muito velhas junto ao altar;
- As paredes encontravam-se em mau estado;
- O telhado era de valadio (telhas soltas sem utilização de argamassa), assente em madeira de freixo;
- A fachada era de pedra e barro e a porta velha fechava-se à chave;
- No meio da ermida encontrava-se um esteio de pau que sustentava o madeiramento;
- Era muito baixa e não tinha pia de água benta nem de batismos, deslocando-se os fregueses a São Romão e a Nossa Senhora dos “bajrros” (Nossa Senhora da Conceição de Azinheira dos Barros) para a sua realização;
- Os bens móveis eram diminutos, destacando-se um pequeno cálice de prata com patena e uma vestimenta muito velha, vermelha e pintada, de pano da Índia, com franja amarela e vermelha.
Por sua vez, a Memória Paroquial de 1758 deu a conhecer que, à época, a Igreja de São Mamede era pequena e tinha três altares: o altar-mor onde se venerava a imagem de São Mamede, cuja capela ficou bastante arruinada em consequência do terramoto de 1755, e dois colaterais, encontrando-se à esquerda o de Nossa Senhora das Neves e à direita o de Nossa Senhora do Rosário. A Freguesia constava de oito herdades e algumas palhotas, onde viviam setenta e dois vizinhos, e situava-se num vale muito ameno, propriedade do Marquês de Angeja.
Em 1911, a igreja era constituída por altar-mor, dois altares laterais, sacristia, batistério, púlpito e oficinas, campanário e pequeno sino.
Ao longo do século XX a igreja de São Mamede do Sádão sofreu um processo gradual de degradação, ao qual não foi estranho o também progressivo abandono da pequena aldeia pelos residentes.
Fontes:
- ANTT, Visitação a Alcácer do Sal por D. António Preto, Prior-mor do Convento de Palmela e da Ordem de Santiago, 1552. (PT/TT/OSCP/B/003/00194).
- ANTT, Memórias Paroquiais, 1758, vol. 5, n.º77, fls. 269-272.
Observações:
- Dado o risco de desmoronamento dos elementos arquitetónicos existentes, as eventuais visitas devem revestir-se de especial cuidado.